Ciladas (também conhecida como São Romão) é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Viçosa, na região do Alentejo, com 107,54 km² de área e 1 071 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 10 h/km². São Romão foi anexada a Ciladas por Decreto Arquiepiscopal de 8 de Dezembro de 1966.
Em termos eclesiásticos, S. Romão era um curato da apresentação do arcebispo de Évora. O cura tinha de rendimento anual trezentos e vinte alqueires de trigo e noventa de cevada. Quanto ao cura de Ciladas, tinha todos os anos duzentos e quarenta alqueires de trigo e cento e vinte de centeio.
O Pe. Joaquim José da Rocha Espanca caracterizava assim a fisionomia de Ciladas de S. Romão: “Esta freguesia é toda montanhosa e coberta de montados e estevais, mas com boas terras principalmente no Forte e em Fatalão. É atravessada pelas ribeiras de Borba e da Asseca, as quais se juntam na herdade do Ratinho, e pela de Mures que vem das Ciladas e passa pelo reguengo do Fatalão para irem todas fundir-se no Guadiana. É pouco sadia nas partes baixas, mas a aldeia que está situada num ponto alto à vista de Vila Viçosa tem bom clima.”
O crescimento desta freguesia a partir do século XVIII tornou-se uma realidade. Com efeito, a Misericórdia aforou, na aldeia, a herdade de S. Romão em courelas e chãos para edificações. Em termos eclesiásticos, S. Romão era um curato da apresentação do arcebispo de Évora. O cura tinha de rendimento anual trezentos e vinte alqueires de trigo e noventa de cevada. Quanto ao cura de Ciladas, tinha todos os anos duzentos e quarenta alqueires de trigo e cento e vinte de centeio. É orago da freguesia S. Romão, monge de Panóias ali falecido em 566. Com o seu dia no calendário litúrgico marcado para 28 de Fevereiro, é festejado nesta povoação a 15 de Agosto. Era também padroeira Nossa Senhora de Ciladas, substituída aquando da união administrativa por aquela invocação. A igreja matriz é o monumento mais interessante de todos os que existem em Ciladas de S. Romão. De início uma simples ermida, cresceu com o decorrer dos séculos e com a instituição e crescimento da paróquia. Virada para poente, que o mesmo é que dizer para Vila Viçosa, encontra-se ao lado do cemitério. Tem campanário de dois sinos na parte esquerda da fachada. Relativamente pequena, embora aumentada já em relação às suas dimensões originais, tem três altares: o altar-mor, consagrado ao padroeiro S. Romão, o altar de Nossa Senhora do Rosário e o altar das Almas. Em 1863, aqui foi fundada por Francisco de Paula Jordão uma Irmandade do Santíssimo Sacramento.
A igreja de Nossa Senhora dos Remédios, por seu lado, é propriedade particular do forte de Ferragudo. Tem no seu interior uma imagem da Santíssima Virgem, mandada fabricar em 1587 por D. Francisco Lobo com o título de Nossa Senhora da Encarnação. O templo foi fundado em 1670 por Ambrósio Pereira de Barredo e Castro. Junto à capela, encontram-se as outras dependências do Forte, como a casa de campo, a casa dos caseiros, o lagar de azeite e outras infra-estruturas à época consideradas necessárias para espaço tão importante e tão nobre. A igreja de Nossa Senhora de Ciladas, assim conhecida até à fusão das duas antigas freguesias, encontra-se na herdade do Carvão e era até àquele acontecimento a paroquial de Ciladas. Além da capela-mor, tem dois altares colaterais, dedicados a Nossa Senhora dos Remédios e às Almas, com S. Miguel, virados para baixo. Existiram outros templos na freguesia, mas entretanto desmoronados por acção erosiva do tempo ou por nefasta intervenção humana. Actualmente, vivem em Ciladas de S. Romão cerca de 1150 pessoas. As suas principais actividades económicas são a agricultura, a olivicultura, a pecuária, a serralharia civil, a construção civil e o pequeno comércio. É a agricultura, conforme se nota, a principal ocupação das gentes da freguesia. Sempre foi, como referia, aliás, o Pe. Joaquim José da Rocha Espanca em “Memórias de Vila Viçosa: “Se abunda em cereais, legumes e gados, experimenta falta de frutos e hortaliças por não possuir ribeira das águas vivas como Bencatel e Pardais que por isso mesmo são mais saudáveis e aprazíveis”.
É orago da freguesia S. Romão, monge de Panóias ali falecido em 566. Com o seu dia no calendário litúrgico marcado para 28 de Fevereiro, é festejado nesta povoação a 15 de Agosto. Era também padroeira Nossa Senhora de Ciladas, substituída aquando da união administrativa por aquela invocação.
LENDA DA MOURA ENCANTADA
NA ALDEIA DE SÃO ROMAO, ESTÁ UMA MOURA ENCANTADA, NAS ROCHAS DO LAGO, DIZEM AS PESSOAS MAIS VELHAS. É UM LAGO QUE ESTÁ FEITO NO CAMPO E TEM LÁ UMA CASA COM MUITAS ROCHAS, UMAS GRANDES E OUTRAS MAIS PEQUENAS. NESSA CASA DEBAIXO DE UMA GRANDE ROCHA É ONDE SE ENCONTRA A MOURA. AS PESSOAS DIZEM QUE A MOURA É UMA MULHER, TRANSFORMADA EM COBRA. AS PESSOAS DIZEM QUE A MOURA PARA DEIXAR DE SER MOURA E PASSAR A SER MULHER, TINHA QUE SER UM DIA A MEIA NOITE, UMA PESSOA IR ÀS ROCHAS DO LAGO. ASSIM QUE DESSE A MEIA NOITE EM PONTO A ROCHA ABRIRIA E APARECIA A COBRA GRANDE E GROSSA.
MAS A PESSOA QUE LÁ FOSSE NÃO SE PODIA ARREPIAR NEM GRITAR.
A COBRA VAI SUBINDO PELA PESSOA ACIMA E DÁ-LHE UM BEIJO, SE A PESSOA NÃO TIVER MEDO A MOURA FICA DESENCANTADA. A PESSOA QUE DESENCANTA A MOURA TEM QUE IR AO BURACO BUSCAR TODO O OURO QUE LÁ SE ENCONTRA E TRÁZ COM ELA O OURO E A MOURA ENCANTADA.